
Publicado por Connectarch
Duração 6 MIN
Data de publicação 14/07/2025
Estética Hygge: o bem-estar do design dinamarquês
Para além de uma estética, Hygge se tornou uma filosofia de vida que atualmente está moldando o design e a arquitetura. De origem dinamarquesa e traduzido como “ruga”, o termo não tem tradução exata, mas expressa um conceito profundo: estar bem consigo mesmo, com os outros e com o ambiente ao redor.
No universo da arquitetura e do design de interiores, Hygge representa a busca por ambientes emocionalmente acolhedores, que convidam à presença, à pausa e à contemplação.
O design que cuida das emoções

Em um tempo em que o ritmo da vida se acelera cada vez mais, criar espaços que desaceleram tornou-se um verdadeiro luxo. Nesse sentido, o estilo Hygge se distancia de modismos efêmeros para construir refúgios atemporais, onde o bem-estar está no centro do projeto.
Para os arquitetos e designers, aplicar o Hygge em seus conceitos é um exercício de escuta e sensibilidade. Como o morador se sente ao entrar nesse espaço? Quais memórias ele deseja ativar? O conforto, aqui, não é apenas físico — mas também emocional, sensorial e afetivo.
Elementos do estilo Hygge
1. Atmosfera aconchegante

O conforto é o ponto de partida. A iluminação suave e difusa, vinda de velas, luminárias indiretas e até lareiras, cria ambientes serenos. Além disso, materiais naturais, como madeira, linho, algodão e lã, ampliam a sensação tátil de acolhimento. Texturas macias em mantas, tapetes e almofadas convidam ao toque e ao relaxamento.
2. Conexão com o momento presente

O Hygge celebra os pequenos rituais do cotidiano. Saborear um café quente ao som da chuva, ler um livro envolto por um cobertor ou compartilhar um jantar caseiro com amigos. Sendo assim, o design atua como facilitador do viver consciente e da presença genuína.
3. Minimalismo acolhedor

Ao contrário do minimalismo frio e impessoal, o Hygge convida ao acolhimento, mas da forma mais simples possível. Uma xícara de chá fumegante, um bolo assando no forno, uma música ao fundo. O prazer cotidiano se transforma em estética e propósito.
4. Conforto como linguagem central

Espaços projetados com base no Hygge acolhem em cada detalhe. Sofás amplos, poltronas envolventes, superfícies que transmitem calor. Ou seja, há uma valorização de lugares onde o corpo pode se aninhar e descansar. Um espaço onde o abrigo se traduz em forma.
5. Pertencimento e conexão social

Mais do que beleza, o Hygge propõe relacionamento. Ambientes devem ser desenhados para reunir, acolher e gerar vínculos. Mesas compartilhadas, cozinhas integradas, espaços de conversa. O design é uma ferramenta de conexão entre pessoas, e não de isolamento.
6. Harmonia e ausência de excessos

A estética hygge evita contrastes agressivos ou competições visuais. Tons neutros, paletas terrosas, formas suaves e texturas naturais compõem uma atmosfera harmoniosa. Portanto, a beleza vem da serenidade e da proporção, e não da ostentação.
Hygge como refúgio contemporâneo
No coração da estética Hygge está a ideia de refúgio. Um lar deve ser um lugar onde se é plenamente acolhido. Não se trata de uma estética perfeita, mas de um ambiente que nos protege do excesso de estímulos, da ansiedade urbana e da lógica do desempenho.
É por isso que cada vez mais profissionais da arquitetura e do design têm buscado se inspirar nos princípios do Hygge: para projetar espaços que abracem, confortem e acolham.
Hygge: uma tendência que se torna permanência
Nesse sentido, no contexto contemporâneo, onde a arquitetura busca traduzir emoções em matéria, o Hygge não é uma tendência — é uma filosofia de permanência. Por fim, ele não apenas resgata o valor dos pequenos prazeres, mas também reposiciona o papel do design: o de criar experiências autênticas, conectadas com a essência do viver bem.